Com a saída das últimas famílias, abrigo da Sogipa finaliza as suas atividades, encerrando mais um capítulo histórico do clube  

Termina nesta sexta-feira, dia 7 de junho, mais um capítulo histórico da Sogipa. O abrigo mobilizado no clube, que chegou a receber mais de 470 pessoas nos primeiros dias da enchente que vitimou o Rio Grande do Sul ao longo de maio, está sendo desativado. As famílias remanescentes, totalizando cerca de 20 pessoas, deixarão o clube, voltando para suas casas. Na despedida, levarão kits de higiene e limpeza, roupas, agasalhos, colchões, roupa de cama, água mineral e cesta básica.

Na noite de quinta-feira (6 de junho), o abrigo realizou uma atividade de confraternização, que também comemorou o aniversário de alguns dos abrigados. Durante a sexta-feira, com apoio de assistentes sociais da Prefeitura de Porto Alegre, as famílias serão transportadas de volta para as suas residências.

‘A Sogipa, que se construiu baseada também nos fortes laços com a comunidade, esteve presente nesse momento difícil da nossa cidade e do Rio Grande do Sul. Com a ajuda de muita gente, conseguimos acolher muitas famílias que não teriam outro lugar para ir. Estivemos ao lado dos gaúchos, exatamente como aconteceu na enchente de 1941, até então a mais grave que nos acometeu’, afirma o presidente da Sogipa, Adílio Schneider Finger.

HISTÓRICO

O abrigo sogipano foi aberto no primeiro dia. Na manhã de 4 de maio, um sábado, o presidente recebeu a ligação do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, solicitando a abertura de um espaço que comportasse 250 pessoas. O clube abriu as suas portas e, desde o momento que divulgou que o abrigo passaria a funcionar, foi procurado por uma legião de voluntários e abastecido por doações. Na primeira noite, mais de 350 pessoas já foram abrigadas em quatro ginásios da Sogipa. Nos dias seguintes, o número chegou a 470, além de mais de 70 pets (cachorros e gatos).

Para alimentar tantos desabrigados, além das centenas de voluntários, uma das cozinhas do clube passou a fazer 2 mil refeições por dia, sempre com apoio de voluntários. Novas rotinas de higienização e de segurança foram estabelecidas. Todos os eventos marcados para maio foram cancelados ou adiados. Além disso, as atividades das Escolas Esportivas e os treinos das equipes competitivas foram suspensas por cerca de dez dias.

O gramado da pista de atletismo também foi ponto de aterrissagem e decolagens de helicópteros que transportavam resgatados, remédios, água e alimentos. Foram dezenas de ações, principalmente das aeronaves da Polícia Civil e da Polícia Militar do Minas Gerais. Além disso, o clube abrigou em suas instalações equipes de socorristas de Santa Catarina que vieram auxiliar o Rio Grande do Sul.

Após algumas semanas, com a diminuição do número de abrigados, a administração do abrigo da Sogipa passou a ser feita pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Nesta sexta-feira (7 de junho), ele encerrou as suas atividades.

AGRADECIMENTOS

A Sogipa agradece pelo apoio das centenas de voluntários, sócios ou não, e pelas toneladas de doações que chegaram ao clube praticamente todos os dias e de todos os lugares. Agradece aos técnicos da Prefeitura de Porto Alegre e a órgãos vinculadas a ela, à Brigada Militar, à Polícia Civil, à Polícia Federal, às Guardas Nacional e Municipal, ao Exército e aos Bombeiros, aos alunos, professores e técnicos da Universidade Federal das Ciências da Saúde de Porto Alegre, às entidades dos Direitos Humanos, à Defesa Civil de Porto Alegre e ao Ministério Público pela parceria.